“Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok… Todo mundo é fã de Simon Snow, mas ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo, está sempre antenada aos fóruns, escreve uma fanfic de sucesso e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme. Ela e sua irmã gêmea começaram a ler a série quando eram apenas crianças, o que ajudou a suportar o abandono da mãe.

Diferente de Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Agora que elas estão indo para a faculdade, Wren diz a Cath que não quer ser sua companheira de quarto. Cath está por conta própria, completamente fora de sua zona de conforto. Ela tem uma roommate mal-humorada com um namorado encantador que está sempre ao redor, um professor de literatura ficcional que pensa que fan fiction é o fim do mundo civilizado, um colega bonito que só quer falar sobre palavras… E não pode parar de se preocupar com seu pai, que é amoroso e nunca ficou realmente sozinho. A pergunta é: ela pode fazer isso? Ela pode seguir em frente sem Wren segurando sua mão? Ela está pronta para começar a viver sua vida? Escrever suas próprias histórias? Ela ainda quer seguir em frente, mesmo que isso signifique deixar Simon Snow para trás?”

Cath se acha esquisita. Ela não se sente à vontade com mudanças, não gosta de comer na frente de pessoas desconhecidas e odeia festas! E é assim que se sente ao começar a faculdade, dividindo o dormitório com uma garota que fuma e sai com cinco caras ao mesmo tempo.

Completamente deslocada, Cath não queria dividir o dormitório com Reagan e sim com a irmã gêmea Wren, sentindo-se traída quando ela recusa o convite pra ficar com uma amiga companheira de farra. As duas têm personalidades totalmente opostas, mas são inseparáveis! Cath sente falta dela.

Apesar de tudo, estar com Reagan começa a não ser tão ruim. Ela nunca fica no quarto e, enquanto vai pra festas da universidade, Cath pode ter o lugar só pra ela passar o tempo escrevendo sua fanfic sobre Simon Snow – o bruxo-protagonista do seu livro preferido – e fazer seus milhares de leitores virtuais mais felizes. Levi, o melhor amigo de Reagan, passa tempo demais com as duas! E, é claro, começa a se apaixonar pela menina que todos consideram esquisita por preferir ficar escrevendo do que se embebedar como todos os outros alunos, possuindo itens de colecionador de Simon Snow pelo quarto.

“Tenho medo de tudo. E sou louca! Tipo, talvez você ache que sou um pouco doida, mas eu só deixo as pessoas verem o topo do meu iceberg de loucura. Embaixo dessa fachada de leve insanidade e inaptidão social, eu sou um desastre completo!”

Dividida entre as aulas de escrita de ficção, as lições de casa com Nick (seu parceiro de biblioteca) e a responsabilidade de cuidar do pai e da irmã inconsequente, Cath acaba se tornando mais madura e aprendendo que não deve mudar pra impressionar ninguém. Seus poucos e melhores amigos a apoiam independente do que ela gosta e de como ela é! Posso falar do quanto me identifiquei com a Cath? Muito!! Ver alguém tão parecida com você, desde o jeito de pensar até os gostos pessoais – Simon Snow é uma referência clara à Harry Potter – deixa a leitura ainda mais legal.

Reagan tenta fazer de conta que não gosta de Cath, mas não consegue. Apesar de se fazer de durona, ela se mostra uma grande amiga. Wren é contrário de Cath e, apesar de serem gêmeas, elas pensam de modo complemente diferente. Levi é uma graça! Está sempre sorrindo pra todo mundo, adora fazer piadas, assistir filmes de nerd e deixa Cath feliz e à vontade, mesmo ela sendo uma pessoa muito fechada e com dificuldade de se relacionar, ainda mais em uma cidade nova onde não conhece ninguém.

“Ela odiava a forma como ele dava sorrisos para todo mundo, como se não lhe custassem nada, como se nunca fossem faltar. Ele fazia tudo parecer tão simples…”

Levi é a única pessoa fora da família que consegue fazer com que ela mostre seus textos, pensando que, mostrando suas ideias, Cath se sentiria mais segura ao seu lado. Ela nunca havia se sentido assim com nenhum garoto e descobre seus novos sentimentos aos poucos, com medo do que fazer e sem saber como agir. Ele é um príncipe em esperar por ela e mostrar que pode ajudá-la com a família, sendo ao mesmo tempo seu namorado e seu melhor amigo! Cath sente que, com ele, finalmente pode deixar de apenas escrever histórias de amor pra viver sua própria.

Os escritores de fanfic são, acima de tudo, leitores. Lemos o trabalho uns dos outros e damos o maior apoio! Afinal, nas fanfics é permitido sonhar e criar o final que você acha que a historia deveria ter tido, ou até fazer sua própria continuação de algo que já acabou. Cath se mostra quieta por fora, mas sua mente trabalha o tempo todo pra colocar todas as palavras em sua webnovela que faz tanto sucesso!

“É por isso que Cath escreve fanfics… Por causa dessas horas em que o mundo delas supera o mundo real. Quando ela pode apenas guiar os sentimentos dos personagens como uma onda, como algo caindo ladeira abaixo.”

“Fangirl” fala bastante sobre o processo de escrita e nos faz pensar no potencial das boas histórias que temos dentro de nós. Muitas vezes, não estamos prontos pra mostrar algo nosso pro mundo, porque escrever é mostrar um pouco da nossa alma pra todas as pessoas. No final de tudo, ser autor é algo que precisa de coragem!

A escrita de Rainbow Rowell tem gírias e diálogos bem naturais, chegando a ser próxima do jeito que falamos. Tão leve que você não consegue parar de ler, é viciante! Romance, família, amizade e autodescoberta estão reunidos de uma maneira inspiradora, impossível de não se identificar. O livro é muito fofo, engraçado e te dá vontade de sair por aí escrevendo um monte de histórias! Encantador e apaixonante são as palavras certas pra descrever. Recomendo!

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