Estou precisando sobreviver às minhas expectativas. Ando aguardando demais os meus sonhos, flutuando demais sobre um mundo em que eu deveria ter aprendido a manter os pés firmes no chão. E eu não quero dizer adeus, eu não quero apagar todas as histórias que escrevi, não quero deixar dentro da caixa as minhas vitórias. Mas é que hoje todas as minhas conquistas andam desgastadas. Quero tanto mostrá-las, mas ninguém quer ver além do que uma simples caixa bem feita. Todavia, precisei de um pouco mais de tudo. Precisei demais de um amor, precisei demais de uma atenção exagerada. Morei sob o mesmo teto que a distância – o abismo – e aqui dentro nunca foi suficiente para as toneladas de carinhos. O que vale um carinho, se o vazio está perfurado de incompreensão?
Sei que ando perdida, sei que ando precisando demais de mim mesma. Precisando sentir mais, sentir para escrever, sentir para declarar. Estou precisando de músicas que dancem comigo, precisando de pessoas que consigam me dar sorrisos sem que eu peça. Ando cansada das poesias fajutas, das palavras ilusionárias.
Prendi-me demais dentro de mim mesma e, sinceramente, não quero sair. Quero conquistar tudo sozinha. Acho que o grande desafio da vida está aí: batalhar por tudo que se quer, sozinha. Ninguém fará isso por mim, sou eu e eu; ninguém nem nada mais.
Cansei de depender de amor, depender de carinho para viver. Alguém me disse que não é só de amor que se sobrevive. Pronto, estou decidida, vou deixar o meu coração sozinho por um tempo, ele precisa se acalmar um pouco… Ele já pulou demais, precisa de descanso. Está na hora de trancar dentro deste baú apenas o necessário. Livrar-me do romantismo, das cartas de amor; mas ainda pertenço a algumas… Como aquele pedido que eu nunca deixei ser enviado: